Na Sessão
Ordinária desta terça-feira, 12, a vereadora Vanda Américo (PSD) usou a tribuna
da Câmara Municipal de Marabá para ler uma carta enviada a ela pelo diretor de
Operações de Logística da Vale, Luiz Fernando Landeiro Júnior, na qual alertou
a vereadora sobre a possibilidade de que a empresa adotará os meios legais para
impedir qualquer prática ilícita de invasão da Estrada de Ferro Carajás.
Indignada,
Vanda Américo rebateu a carta enviada pelo diretor da Vale, dizendo que aquela
era uma tentativa de intimidação pessoal, mas que atingia todo o Legislativo
marabaense. Ela disse que não iria se calar e rebateu de forma firme, avisando
que a referida carta serviria de combustível para fortalecer sua luta pelos
direitos da comunidade marabaense.
Em um
trecho da carta, o diretor alega que a empresa tem buscado o diálogo constante
com todos os representantes do município, não tendo qualquer problema em
dialogar. “Inclusive, recentemente estivemos tratando sobre a Aços Laminados do
Pará, evento do qual vossa senhoria participou”. Sobre essa referência, Vanda
minimizou o resultado da referida reunião, dizendo que não houve avanço algum e
que a Vale se negou até mesmo em repassar para o município a área onde
construiu, em parte, a Estação Conhecimento de Marabá (ela nunca funcionou)
para ser transformada em escola de tempo integral.
A
carta do diretor da Vale causou indignação imediata em todos os vereadores, que
saíram em defesa da colega.
Por sua
vez o vereador Pedro Correa Lima (PTB), ao se solidarizar com Vanda, lembrou
que do ônus social da Vale com a implantação dos projetos Salobo e Alpa, tendo
prometido milhares de empregos que nunca foram cumpridos. Essa carta é uma
forma de nos intimidar. “Precisamos rever as condicionantes da Alpa, porque não
havia ali um indicativo de que a siderúrgica só sairia se houvesse o
derrocamento do canal do Lourenção”, alfinetou.
Júlia
Rosa (PDT), presidente da Câmara, reconheceu a necessidade de uma reação
imediata do Legislativo e observou que os interesses da Vale são econômicos,
sem respeitar o desenvolvimento social. “Vamos marcar a audiência pública
sugerida pela vereadora Vanda, porque não podemos aceitar uma afronta que é
contra todo o município de Marabá”, advertiu.
Ao final
da sessão, ficou definido que um documento será enviado à Vale repudiando a
tentativa de intimidação da empresa, além de agendada uma audiência pública
para repassar e debater junto à comunidade o tratamento da empresa com as
demandas do município.
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